segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Resenha do filme "Os Intocáveis", sucesso de bilheteria na França


por Gabriela Campos

Um homem negro, pobre, com antecedentes criminais e um homem branco, rico e tetraplégico, ambos com seus dramas existenciais e diversas lições de vida para ensinar um ao outro. Foi com esse contraste polêmico que os diretores e roteiristas Olivier Nakache e Eric Toledano conquistam cerca de 30 milhões de espectadores franceses com "Intocáveis". A comédia foi sucesso de bilheteria na França (seu país de origem) em 2011 e em agosto desse ano chegou aos cinemas brasileiros.
            Nas primeiras cenas do filme, Driss (Omar Sy) dirige em alta velocidade pelas ruas de Paris, conduzindo o carro do patrão, Philippe (François Cluzet). Ambos estão fugindo da polícia e já no começo o filme aborda a questão do racismo: os policiais param o carro e Driss, o motorista negro, é interpretado como marginal pelos oficiais. Philippe então finge perfeitamente um AVC e os dois conseguem escapar, seguindo sua aventura depois de muito riso.
            É nos próximos minutos que se percebe que aquela não é a primeira vez que Driss e Philippe se aventuram juntos. Philippe era amante dos esportes radicais e em um de seus voos de parapente sofreu um grave acidente, tornando-se tetraplégico. Além disso, perdeu a esposa que tanto amava e, após isso, nunca mais se recuperou da perda.
Driss, por sua vez, vive diversos conflitos familiares e sustenta-se graças ao seguro desemprego que recebe. Como está em condicional desde que saiu da prisão, precisa comprovar que está procurando emprego para continuar a receber seus benefícios. Em uma das entrevistas que vai para apenas assinar seus documentos e ir embora, acaba conhecendo Philippe, que percebe nele algo de que muito precisava: Driss não tinha pena dele.
Decide então contratá-lo e, mesmo deixando sua assistente Yvone (Anne Le Ny), familiares e funcionários muito preocupados, mantem sua escolha. O jovem, mesmo sem querer, aceita a proposta de emprego devido a sua situação e, com o passar do tempo, tanto Driss quanto Philippe descobrem quantas lições de vida podem aprender um com o outro: gostos musicais, artísticos, carácter e modo de viver a vida.
No filme, a interação entre os dois personagens cresce a cada dia e, gradativamente, sentem-se cada vez mais a vontade um com o outro, enquanto nas gravações os dois atores parecem ter sido destinados a desempenhar estes papeis e contracenar, pois o entrosamento em os homens é o que da ainda mais qualidade e visibilidade à produção.
            O longa metragem também contraria alguns estereótipos alimentados pelo cinema hollywoodiano, abordando problemas sociais como a pobreza, o racismo, a diferença entre classes sociais e, inclusive, utilizando um personagem negro e um cadeirante. Uma comédia leve e divertida, na qual os espectadores riem de representações naturais e não forçadas, como na maioria das produções do gênero e que leva à reflexão.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Expansão das animações digitais atraem público para os cinemas



A partir da evolução das técnicas utilizadas nos filmes de cinema devido à expansão das tecnologias digitais, as animações também sofreram um desenvolvimento gradual no seu processo de criação artística. Inicialmente, as animações eram elaboradas individualmente em cada fotograma, ou seja, cada uma das imagens eram gravadas por meio de reações químicas no celulóide do cinematógrafo. Isso é realizado por meio de desenhos ou ainda por meio de computação gráfica.

Para abrir as portas da animação digital criadas completamente em um computador, o estúdio Pixar, em 1995, estreiou “Toy Story”, do diretor John Lasseter. O filme foi considerado o primeiro longa-metragem de animação realizado com imagens digitais na história do cinema, mostrando a alta tecnologia investida no longa, ganhando assim, grande admiração por parte do público.


Após os estúdios começarem a produzir os filmes e as animações em softwares especializados, a indústria cinematográfica investiu na expansão das tecnologias em 3D. Essa tendência também foi explorada nas animações digitais. De acordo com César Dacol Júnior, designer de personagens, a técnica em 3D oferece um realismo muito maior. “O 3D é você ver duas imagens de pontos de vista separados. A câmera só tem um olho. Olhando pelo olho diferente você tem dois pontos de vista, mas a gente não pode transmitir duas imagens ao mesmo tempo. Então o projetor e os óculos estão em um processo em que só deixam você ver uma imagem por olho, mas como é tão rápido, parece 3D”, explica o designer.



 O designer brasileiro César Dacol Júnior é uma das referências mundiais em animações digitais. Criado em Toronto no Canadá, começou a vida trabalhando com maquiagem na indústria do cinema aos 13 anos de idade. Formou-se em Animação para Computadores e ficou dois anos e meio trabalhando só com videogame, em seguida voltou a trabalhar com filmes, produzindo personagens para o filme como Selvagem, 300, Quarteto Fantástico, entre outros. O designer realiza a parte de desenvolvimento e modelagem de personagens exclusivamente pelo computador, pois não há impedimento para a criação. “Se você construir um monstro na vida real você tem limites da parte mecânica, de peso e de motor. No computador não, pelo fato de existir inúmeras ferramentas para desenvolver as animações. Na realidade dos computadores não há nada te impedindo, nem te limitando”, finaliza Dacol.

sábado, 2 de junho de 2012

Grandes atores e atrizes da Nouvelle Vague


Por Gabriela Campos

Assim como a vanguarda Nouvelle Vague é uma referência até os dias de hoje e suas principais obras jamais deixarão de ser lembradas, muitos atores e atrizes também se tornaram símbolos do cinema francês dos anos 50 e 60.

Jeanne Moreau
Junto com Brigitte Bardot, Jeanne foi um dos símbolos sexuais do período. Participou de filmes de Jacques Becker e Louis Malle e também de Truffaut, como em “Jules et Jim”, no qual atuou ao lado de atores famosos como Oskar Werner e Henri Serre. É reconhecida pela crítica e pelo público por suas boas representações. Devido a suas qualidades, foi uma atriz da Nouvelle Vague que obteve grande projeção no cinema internacional.

Anna Karina
Esposa de Jean-Luc Godard, foi uma grande atriz dos anos 60. Nas produções de seu marido, atuou em filmes como Le Petit Soldat, Une Femme Est Une Femme, Vivre Sa Vie, Made in USA e Pierrot le Fou. Além disso, fez a freira contrariada de La Religiouse, de Jacques Rivette.  No pós-Nouvelle Vague, Karina continuou a ser uma das grandes atrizes do cinema europeu, colaborando com Fassbinder, Visconti ou Raul Ruiz.

Brigitte Bardot
Famosa até os tempos de hoje por seu rosto bonito e seu corpo escultural, muito explorado pelos cineastas da Nouvelle Vague, quebrando tabus sociais. Em Et Dieux Creá La Femme, de Roger Vadim, Brigitte aparece totalmente nua como Afrodite e torna-se, então, um ícone do cinema comercial, o qual explorava esse apelo carnal. Porém, também atuou para o cinema de autor com Godard e Louis Malle nos anos 60, em Le Mepris e Vie Privée. A Nouvelle Vague também passa a se utilizar mais de planos arrojados, erotismo e do sentimental carnal
.
Atores famosos da Nouvelle Vague
Alain Delon
Sua carreira de sucesso começou quando Alain interpretou em Plein Soleil, em 1960. Desde então, passou a fazer cinema não só na França, mas em outros locais do mundo como na Itália, em Il Gattopardo, Rocco I Suoi Fratelli , e em Hollywood , na produção Scorpio. Na França, no final dos anos 60, participou de vários filmes principalmente atuando como policial em vários deles. Representou o movimento Nouvelle Vegue nos anos 90.

Jean-Pierre Leaud
Foi um dos grandes atores de destaque das produções de Nouvelle Vague. Começou a atuar com 15 anos de idade no filme Les Quatrecents Coups, de Truffaut. Trabalhou ainda em vários outros filmes de Truffaut, não apenas na série Antoine Doinel, mas também em  Deux Anglaise et Le Continent. Participou também de trabalhos com Godard, em Masculin, Feminan, Made in USARivetteOut One: Spectre.

Jean-Paul Belmondo

Assim como Brigitte Bardod é considerada uma das atrizes mais belas da Nouvelle Vague, Belmondo é considerado o rosto masculino de maior expressão dessa Vanguarda, pois nesse movimento o rosto e corpo das personagens eram fundamentais. Da mesma forma que Brigitte quebrou tabus com os filmes nos quais atuou, Belmondo realizou atuações carnais e vigorosas que trouxeram uma ruptura com o cinema francês de até então. Viveu os seus papeis mais inesquecíveis para Godard , em A Bout de Soufle, Une Femme Est Une Femme e Pierrot le Fou e também deixou a sua registrada no cinema comercial francês de então. 



sábado, 26 de maio de 2012

A Nouvelle Vague presente atualmente no cinema


Por Renan Araújo 

Embora a força da Nouvelle Vague tenha diminuído especialmente com a morte de muitos de seus realizadores como François Truffaut e Eric Rohmer, o movimento ainda não deixou de existir. Sua influência em menor ou maior grau se espalha por diversos filmes de diretores, mas ainda há alguns que mantêm muitas das características do movimento que teve o seu auge nos anos 60. A maioria deles de autores remanescentes da antiga Nouvelle Vague. Confira alguns deles abaixo:


Medos Privados em Lugares Públicos – Alan Resnais (2006)



O realismo de Alan Resnais está muito presente nesse filme. Ele reúne um grupo de personagens que está distante mas se relaciona de alguma forma por meio de seus pensamentos, seus medos e tristezas. Isso faz com que eles tenham muito mais em comum do que imaginam. De forma muito natural, ele resume uma série de sentimentos que invadem a vida das pessoas diariamente. A veracidade dos diálogos e a a sobriedade de suas imagens e dos sentimentos representam bem a estética da Nouvelle Vague, embora com variações.


Canções do Amor – Christophe Honoré (2007)



Ismael (Phillip Garrel) mantém um relacionamento com Julie (Ludivine Sagnier), quando entra na história Alice (Clotilde Hesme). A partir daí surge um triângulo amoroso que canta e dança pelas ruas da capital francesa. O filme é um musical e faz referência direta a Jules e Jim, de François Truffaut. Ismael vive uma relação tumultuada, tomada pela felicidade e depressão quando uma de suas namoradas morre. O filme tenta demonstrar as diversas fases da vida de Ismael e as diversas transformações pelas quais passa em diversos momentos.

Uma mulher dividida em dois  - Claude Chabrol (2006)



A personagem de Ludivine Sagnier é desejada por dois homens (novamente a temática do triângulo amoroso) que a disputam. Após várias reviravoltas, ela se casa com um dos homens quando o outro morre, mas acaba-se tornando infeliz. Os sentimentos da mulher também variam ao longo do tempo se tornando um verdadeiro desespero e euforia por não conseguir atingir a felicidade tão sonhada.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Como a Nouvelle Vague caracterizou a ruptura do cinema convencional


Por Penélope Miranda

"A Nouvelle Vague foi o primeiro movimento cinematográfico produzido com base em um interesse pela memória do cinema. Foi esse acesso a tal tradição que permitiu nascer, nos artigos dos futuros cineastas, a idéia cara - e clara - de ruptura, de novidade a afirmar. " (MANEVY, 2007, p.224)

Durante a década de 1950, os principais diretores do movimento como François Truffaut, Jean-Luc Godard, Jacques Rivette e Claude Chabrol começaram aprodução de curtas metragens e, logo após, longas metragens que compunham o movimento. Exemplo de Os Incompreendidos, 1959, de Truffaut ; Alain Resnais com Hiroshima Meu Amor, de 1959, Chabrol com Os Primos e O Acossado, 1960, de Godard.



Esses filmes que marcaram o início da Nouvelle Vague e outros desse estilo, possuem diversas características do movimento e muitas em comum, definidos nos primórdios do seu nascimento. O estilo diferente da Nouvelle Vague reinventou a forma de se fazer cinema e influenciou muitas outras produções. Suas características mostram um modo revolucionário e diferente na hora de montar roteiros (o que era esquecido propositalmente), gravar e atuar.

As filmagens eram compostas pelo uso de equipamentos portáteis, cortes bruscos, citações à literatura e a filmes, roteiros episódicos, criatividade para compensar os baixos orçamentos (Godard chegou a fazer um travelling com um carrinho de supermercado) eeram realizadas fora dos estúdios.



A Nouvelle Vague apresenta oposição ao cinema comercial; narrativas não- lineares, não estruturadas e fragmentadas  e soluções de montagem pouco convencionais. Esse movimento cinematográfico proporcionou que as câmeras sejam levadas as ruas e a ruptura da linearidade narrativa. Tornou possível a realização da tão famosa frase de Glauber Rocha: é possível fazer cinema com apenas uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.


Referências:

domingo, 13 de maio de 2012

Grandes Nomes da Nouvelle Vague: François Truffaut


Por Paula Werneck

               Nascido em Paris, no dia 6 de fevereiro de 1932, François Truffaut foi um dos fundadores da Nouvelle Vogue e um dos maiores cineasta do século XX. Truffaut dirigiu 26 filmes, além de diretor, foi roteirista, produtor e ator.
                Em 1953, Truffaut entrou para revista Cahiers du cinéma, a qual escreveu mais de 170 artigos, grande parte sendo críticas de filmes e entrevistas com diretores. Na revista trabalhou com, Jean-luc Godard,Claude Chabrol, Eric Rohmer e Jacques Rivette.
                François Truffaut desenvolveu sua teoria autoral, "Politique des auteurs”, conceito em que o filme é considerado uma produção individual, como uma canção ou um livro. Essa teoria foi base para o surgimento da Nouvelle Vogue, formada por jovens críticos que defendiam tanto a produção autoral como também uma produção intimista e a baixo custo.



No mesmo ano,com a dúvida existentede que um crítico seria capaz ou não de fazer um filme, Truffaut fez três curtas-metragem, entre eles o conto "Antoine et l'Orpheline" na "La Parisienne".
Em 1983, Truffaut descobriu que estava com câncer no cérebro. No dia 21 de outubro de 1984, faleceu no Hospital Americano Neuilly-sur-Seine.  Foi sepultado noCimetiere de Montmartre, Ilha de França, Paris na França. François Truffaut pensava em fazer sua autobiografia, ao lado de seu amigoClaude de Givray, devido seu problema de saúde foi impedido de finalizar.
PREMIOS E NOMEAÇÕES
  • Recebeu uma nomeação ao Oscar de Melhor Director, por "La nuit américaine" (1973). Recebeu ainda outras duas nomeações, na categoria de Melhor Argumento Original, por "Les 400 coups" (1959) e "La nuit américaine" (1973).
  • Ganhou o prémio de Melhor Realizador no Festival de Cannes, por "Les 400 coups" (1959).
  • Ganhou o César de Melhor Realizador e Melhor Argumento, por "Le dernier métro" (1980). Foi ainda nomeado na categoria de Melhor Realizador em 1983, por "Vivement Dimanche!"
  • Ganhou o Prémio OCIC, no Festival de Berlim, por "L'Argent de Poche" (1976).

REFERÊNCIA:

Grandes nomes da Nouvelle Vague: Jean-Luc Godard

Por Paula Werneck


                Jean-Luc Godard nasceu no dia 3 de dezembro de 1930 em Paris, na França. Godard passou sua infância e juventude na suíça, onde foi criado por seu paie estudou etnologia na Sorbonne.
Entre os principais nomes da Nouvelle Vague, Godardcomeçou sua carreira com cinema de vanguarda. Em 1952, escreveu críticas nas revistas La Gazettedu Cinema e CahiersduCinéma, a qual reagem contra o academicismo das produções francesas, criticam o cinema de estúdio e as formas narrativas convencionais.
Uns dos primeiros filmes da Nouvelle Vague,“Acossado” (1959), foi também o primeiro longa metragem do cineasta. Godard preferiu inovar a narrativa e filmou com a câmera na mão, quebrando regras que na época eram invioláveis. O longa foi considerado ponto de referência na cinematografia francesa.


Godard foi consagrado um dos mais importantes diretores da Nouvelle Vague, com os filmes Vivre sa vie (1962; Viver a vida), Bande à part (1964), Alphaville (1965), Pierrot le fou (1965; O demônio das 11 horas), Deux ou trois choses que je sais d'elle (1966; Duas ou três coisas que eu sei dela), La Chinoise (1967; A chinesa) e Week-end (1968; Week-end à francesa).   Seus eram caracterizados pela mobilidade da câmera e por planos-sequências duradouros.  


PREMIOS:
  • Ganhou o Urso de Ouro, no Festival de Berlim, por "Alphaville" (1965).
  • Ganhou um Urso de Prata especial, no Festival de Berlim, por "Charlotte et son Jules" (1960).
  • Ganhou o Urso de Prata de Melhor Diretor, no Festival de Berlim, por "À bout de souffle" (1959).
  • Ganhou o Leão de Ouro, no Festival de Veneza, por "Prenome Carmen" (1983).
  • Ganhou duas vezes o Prémio do Júri, no Festival de Veneza, por "Vivre sa vie" (1962) e "La chinoise, ou plutot a la chinoise" (1967).
  • Ganhou em 1982 um Leão de Ouro Honorário, em homenagem à sua carreira.
  • Ganhou o Leopardo de Honra, no Festival de Locarno, em 1995.
  • Recebeu duas nomeações ao César, na categoria de Melhor Filme, por "Sauve qui peut " (1979) e "Passion" (1982).
  • Recebeu duas nomeações ao César, na categoria de Melhor Realizador, por "Sauve qui peut " (1979) e "Passion" (1982).
  • Ganhou dois Césares Honorários, entregues em 1987 e 1998.
  • Ganhou o Oscar Honorário, entregue em 2010.

REFERÊNCIAS:

sábado, 5 de maio de 2012

Filmes que marcaram o movimento Nouvelle Vague e suas características

Por Isabella Rosa

Um dos filmes considerados clássicos dessa epóca e um marco para o movimento é “Os Incompreendidos” (Les Quatre Cents Copus), de 1959. A história é baseada na própria história do diretor François Truffaut, que encantou os telespectadores com seu talento. O filme conta a história de Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud, que na época tinha apenas 15 anos de idade), que é um jovem parisiense de quatorze anos, filho negligenciado pela mãe e pelo padrasto. Segue faltando às aulas para assistir filmes e brincar, até que decide fugir de casa e viver de pequenos roubos.
O diretor Truffant busca evitar enquadramentos ou movimentos de câmera muito estilizados. O diretor evita o melodrama e também exponencia os potenciais momentos cômicos do longa. É visível o diretor optar pelo uso do mundo real e não estúdio como cenário. O filme, fotografado em preto e branco, volta as suas cenas para o mundo do espetáculo. Truffant conseguiu comnbater o sentimentalismo e a sofisticação, tornando assim o filme ousado.



Outro filme relevante para o movimento Nouvelle Vague é do diretor Jean-Luc Godard, “O Desprezo” (Le Mépris), de 1963. O filme relaxata a história de Paul Javal (Michel Piccoli), um roteirista que vai a Roma para trabalhar em uma adaptação da obra A Odisséia, que contará com a direção do cineasta alemão Fritz Lang. Enquanto decide os últimos detalhes para aceitar o trabalho, sua relação com a esposa, Camille (Brigitte Bardot), começa a desabar, em um jogo de paixão, ciúmes e desprezo.
O filme “O Desprezo”  inova ao apresentar os créditos com sua própria voz, sem os tradicionais caracteres na tela. O diretor Gordard cria planos interessantes durante o filme. Em algumas cenas, a câmera se movimenta de um lado para o outro horizontalmente, dando ao epectador a sensação de estar acompanhando um duelo entre os dois personagens. Godard também investe em planos de qualidade. A montagem utlizada no filme também é muito dinâmica, pois usam o artíficio flashback, reforçando a narração em off dos personagens.



Juntamente com os diretores Jean-Luc Godard e François Truffaut, outro diretor que se destacou com seus filmes na vertente cinematográfica Vouvelle Vague foi o francês Chaude Chabrol, que se consagrou pela maneira crítica como retratava os costumes da sociedade francesa. Um dos filmes que marcou a carreira de Chabrol foi “A mulher infiel” (La Femme Infidèle), de 1968,  que narra a história de uma entediada esposa, Hélène Desvallées (Stéphane Audran), que é casada com Charles Desvallées (Michel Bouquet), executivo de uma seguradora. Charles tem boas razões para crer que sua mulher o está traindo, assim contrata um detetive. A história se baseia em uma grande quantidade de suspense e drama.
O filme dirigido por Chabrol, como outros, geralmente retratam falsidade, o egoísmo e a hipocrisia da vida burguesa em dramas familiares, enriquecidos com incestos e assassinatos.
O diretor também observa as pessoas e sua vida de aparências. 
 “A mulher infiel” apresenta belíssima fotografia dirigida por Jean Rabier e a trilha sonora de Pierre Jansen.



 Referências:

Para ser um crítico não basta ser jornalista


Saiba o que é necessário para se tornar um bom crítico de cinema

No momento de escolher um filme para assistir, muitos recorrem a leitura de críticas de cinema para saber se o filme vale a pena ou não. Contudo, os críticos afirmam que a análise de um filme não precisa necessariamente dizer se o filme é bom ou ruim, mas sim, dar elementos para que as pessoas cheguem a suas próprias conclusões.
De acordo com Mário Abbade, presidente da Associação de Críticos do Rio de Janeiro,  a crítica é o instrumento para fazer uma ponte entre a obra e o espectador. “Quando um diretor faz um filme ele tem uma reflexão que não é necessarimente a mesma que o público vai ter. Para atingir essa reflexão você tem que dar elementos para o público fazer a sua própria análise”.
Já para Wikerson Landim, editor do Portal de Cinema, a verdadeira crítica serve tanto como um relato histórico de sua época quanto como uma ferramenta de referência para o espectador. Tratando-se de nuances e mensagens não implícitas, Landim fala que, a contextualização de um filme é um dos papéis fundamentais de um crítico, e não basta dizer que é bom ou ruim, é preciso construir um argumento, levando em conta a proposta de cada filme. Ampliar as possibilidades de debate acrescentando algo para o espectador é o objetivo mais desejado de um crítico, conclui.

Rubens Ewald Filho é um dos mais respeitados críticos do país

Elementos para ser um bom crítico

Para ser um bom crítico de cinema é necessário ver muitos filmes, entender e estudar a linguagem cinematográfica, os movimentos do cinema e ter um vasto conhecimento de cultura geral. “O crítico não se faz em uma, duas semanas ou em um curso de jornalismo de quatro anos. Um crítico se faz de uma bagagem cultural que ele carrega ao longo da vida”, afirma Abbade.
  Abbade recomenda também que os críticos não devem dar a sua opinião pessoal na hora de escrever sobre um filme. “A pior coisa é a arrogância e o gosto pessoal do crítico. Ele não está ali para dar uma nota e sim dar uma análise”, opina.

A crítica de cinema no Brasil

            No Brasil não há um curso específico para formação de crítica cinematográfica, comenta Landim. O editor destaca que, o conhecimento necessário para ser um crítico não está apenas na educação formal. Para quem deseja se tornar um crítico,  o editor recomenda a leitura de livros sobre roteiro, montagem , edição, fotografia e teorias de linguagem. “Ler também críticas de outros críticos respeitados e conhecer aspectos sobre psicologia e literatura, são conhecimentos que ajudam muito. E, principalmente, ver muitos filmes, em especial os clássicos”, finaliza.

Produção: Lumi Produções
Texto: Paula Werneck, Isabella Rosa e Gabriela Campos
Edição: Paula Werneck, Isabella Rosa, Gabriela Campos e Renan Araújo
Foto: Divulgação

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O que foi o movimento Nouvelle Vague"


Por Gabriela Campos

Em português, “nova onda”. Um movimento artístico do cinema francês nos anos 60.

ANouvelle Vague foi um período decisivo na definição do cinema como forma de arte: pela primeira vez o enfoquedeixou de ser as estrelas, os estúdios, mas sim os autores, criadores e realizadores das produções cinematográficas. Em sua maioria, esses autores eram jovens e unidos por um ideal: fugir das regras do cinema comercial.



Após a Segunda Grande Guerra e a decadência do realismo poético francês (escola que valorizava o roteirista em detrimento do papel do diretor), jovens cineastas buscaram redefinir o conceito de cinema de autor, que vigorou na França até 1930, e esse fato levou ao surgimento dessa nova vanguarda, a Novelle Vague.

O marco inaugural deste movimento é considerado o filme Nas Garras do Vício (Le Beau Serge), do diretor Claude Chabrol. Logo em seguida, surgiram filmes que se tornaram clássicos como O Acossado (A Bout de Souffle, 1959) e Alphaville (1965), de Jean-Luc Godard, e também Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups, 1959) e Jules et Jim (1962) de François Truffaut.

As características mais marcantes deste estilo são a intransigência com os moldes narrativos do cinema estabelecido, através do amoralismo, próprio desta geração, presente nos diálogos e numa montagem inesperada, original, sem concessões à linearidade narrativa.As cenas focam o psicológico dos personagens, suas impressões cotidianas e banais. O sujeito sobrepõe a lógica das cenas.

A Nouvelle Vague não se limitou a criar arte. Divulgou e recuperou obras passadas, abriu o caminho a trabalhos futuros e deu inicio a um período no qual, com pouco dinheiro, muita paixão e algum talento, se fazia um filme. Solto, humano, livre!

Com informações da Wikipédia e do blog hollywood.weblog.com, artigo de Miguel Lourenço Pereira.

Para saber mais: http://cineclubeybitukatu.blogspot.com.br/2012/03/historico-da-nouvelle-vague.html

sexta-feira, 30 de março de 2012

Em busca do passado perdido

 Movimento cultural para reabrir os cinemas de rua ganha força e pode virar realidade

No ano de 2009, um dos tradicionais cinemas de rua de Curitiba encerrou suas atividades: o Cine Luz, na praça Santos Andrade. Hoje, a capital conta apenas com uma sala na Cinemateca e as demais, espalhadas pelos shoppings. Contudo, a Fundação Cultural de Curitiba está engajada em revitalizar o cinema de rua da cidade.

De acordo com Marcos Saboia, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do projeto, a expectativa é reabrir o antigo Cine Guarani, no bairro Portão, e inaugurar duas salas na rua Riachuelo, chamadas Luz e Ritz em homenagem as antigas salas de cinema. O espaço ainda contará com cafés, locais para cursos e um estúdio próprio. Saboia ainda afirma que o perfil da Fundação Cultural não é comercial. “Os ingressos dos cinemas de rua são mais baratos, as vezes até oferecemos sessões gratuitas. Vamos ter nossos cursos, vai haver o curso prático de cinema lá e sempre que tiver a possibilidade de trazer um diretor nós vamos trazer nesse novo espaço”, conclui.
 



A empresária Vera Maria é uma entre vários saudosistas que poderão matar as saudades do cinema de rua. Segundo Vera, as pessoas não iam ao cinema para comer pipoca, beber ou conversar, pois o local não comportava esse tipo de atitude, diferentemente das salas de cinemas dos shoppings centers. O cinema era um local para encontros. "A minha geração gostava muito de ir ao cinema. Nos comportávamos a semana inteira para ter o privilégio de irmos ao cinema no final de semana. Como éramos crianças, íamos na matine, porque mais tarde o cinema era só para adultos", conta Vera.

O espaço que os shoppings centers conquistaram na cidade foi o estopim para o enfraquecimento dos cinemas de rua. Os shoppings, considerados lugares modernos, caíram no gosto popular, por um questão de facilidade e segurança. Para Fernando Severo, diretor de cinema e diretor do Museu de Imagem e Som do Paraná, alguns cinemas de rua ficavam em locais perigosos e difíceis de estacionar, dificultando o acesso das pessoas as salas de cinema. Severo afirma que a idéia é popularizar o cinema e também mostrar uma maior programação de filmes, com mais alternativas. “São filmes italianos, franceses, ingleses que não entram no nosso circuito comercial, além do cinema brasileiro, que tem uma produção muito grande”, afirma ele.  




Entretanto, Sabóia aponta o alto custo para manutenção como fator preponderante para o fechamento dos cinemas. “O Condor e o Vitória eram salas para mais de duas mil pessoas. Isso não existe mais, as salas são bem menores, talvez pela dificuldade de manter um espaço como esse. Tem o prédio, os impostos, pessoas trabalhando e uma queda de público. Acho que é mais por conta disso que aconteceu esse fechamento”, aponta. 

Gabriela Campos, Isabella Rosa, Paula Wernek e Renan Araújo

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Imagens das origens do cinema

"Imagem do fenacistoscópio. Em 1832, Joseph-Antoine Plateau inventa um aparelho formado por um disco com várias figuras desenhadas em posições diferentes. Ao girar o disco, elas adquirem movimento. A idéia era apresentar uma rápida sucessão de desenhos de diferentes estágios de uma ação, criando a ilusão de que um único desenho se movimentava."

"A Chegada do Trem à Estação" foi o primeiro dos filmes exibidos pelos irmãos Lumiere em 1895, em Paris. A imagem assustou os espectadores que pensaram que o trem ia sair da tela do cinema.


Gran Café de Paris: Local da primeira exibição do cinematógrafo dos irmãos Lumiere